Tudo passa na tábua de passar. Os sonhos, os ventos, os tecidos... Tempos limpos, Limpos de tanto esfregar. Esfrega o ferro quente de passar. Alisa a linha e a quina. Quina da mesa de bater,
bater a coxa,
bater o braço,
bater até a carne ficar macia.
Os pés nadam nas tábuas e águas envergadas pelo mau tempo.
Os olhos ouvem bem longe com a voz rouca uma música no pé do ouvido. Ouvido que só vê longe. A noite é longa com nuvens carregadas de cargas pesadas de eletrons. Carregadas como uma mulher grávida. Graviola com uma viola no saco. Um caco. Caco de telha, cheiro de terra molhada e qualhada de pó. Pó de arroz e de novo bate e passa. Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro não passaria dos primeiros erros ou não como diria Caetano, pois tudo passa na tábua de passar.
3 comentários:
queridaaa...
estou amando seu blog... está muito bom ler isto daqui, sempre leio tá? Mas nem sempre comento...
beijão
te amoo!!!
p.s.: voce gosta de um lugar chamado nothing hill, sob sol de toscana... e assim vai...
Adriele, obriada pelas leituras e por ser minha nora querida...
Obrigada Adriele
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