A agua escorre pelo chuveiro forte sem destino.
O buraco da porta sem porta e sem poste.
A lâmina da gillete corta sem corte o gosto doce do sangue vermelho já talhado.
O vazio me chama e me grita nos meus ouvidos na sala do neurologista. Os quadros estão fora da linha e me dão vertigem. Virgem seria meus pensamentos se eles não fossem uma mulher com véu negro com a ausência de cor. A viúva é branco mistura de todas as cores. As minhas frases são enfileiradas, sem começo nem fim. Os dias vão passando, me dando porrada e me provocando, contando de 1 até 10. Depois o recomeço fronteiriço na linha da borda, como num navio inglês.
Sem nexo girls, convexo Beuys.
Baby, me deixe pensar linearmente. Minha mente pede socorro. Um dia está, um dia não está... como pisca pisca de um auto as margens da rodovia esperando o reboque chegar. Num dia sofro, noutro dia não sofro. Nem lá , nem cá. Se aumenta um pouquinho transborda.
Tento pensar num sorvete napolitano ou de ameixa.
Olha que nuvem linda... depois penso que é a chuva que vai cair e molhar o meu corpo salgado de suor pelo dia quente, como o inferno deve ser. Penso em você, mas quem é você?
2 comentários:
tem ficado muito bom... isso tudo aqui...
ganho?
Cara palida, seria uma posia concreta? Ganha sim.
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