Tradutor

Google-Translate-ChineseGoogle-Translate-Portuguese to FrenchGoogle-Translate-Portuguese to GermanGoogle-Translate-Portuguese to ItalianGoogle-Translate-Portuguese to JapaneseGoogle-Translate-Portuguese to EnglishGoogle-Translate-Portuguese to RussianGoogle-Translate-Portuguese to Spanish
Kassia Borges

30 setembro 2009

29 - 09 -23 : 44 = 6

Tudo passa na tábua de passar. Os sonhos, os ventos, os tecidos... Tempos limpos, Limpos de tanto esfregar. Esfrega o ferro quente de passar. Alisa a linha e a quina. Quina da mesa de bater,
bater a coxa,
bater o braço,
bater até a carne ficar macia.
Os pés nadam nas tábuas e águas envergadas pelo mau tempo.
Os olhos ouvem bem longe com a voz rouca uma música no pé do ouvido. Ouvido que só vê longe. A noite é longa com nuvens carregadas de cargas pesadas de eletrons. Carregadas como uma mulher grávida. Graviola com uma viola no saco. Um caco. Caco de telha, cheiro de terra molhada e qualhada de pó. Pó de arroz e de novo bate e passa. Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro não passaria dos primeiros erros ou não como diria Caetano, pois tudo passa na tábua de passar.

26 setembro 2009

PARA FRANCISCO.

Francisco, eu ja havia me esquecido, mas com sua ajuda espero que a minha memória volte e essa lista aumente. EU gosto da Maíra Selva, do Itamar Rios, do Raoni Terra, da Rosa, da Cândida, do Blue, do Teddy, do Café, do Johny Depp, dos meus netos que ainda não chegaram e faço planos para quando eles vierem, do meu quarto, da minha banheira, da minha cozinha, da minha escada, das minhas vidraças, do meu jardim, de morar perto da agua, de fanta laranja, fanta uva, vinho francês, vinho do porto, creme de cupuaçu, açaí na tijela, picolé de grosellha, pequi, guariroba, requeijão derretido com açucar, queijo derretido na frigideira, gelatina aguada, flan de baunilha, torta de morango bem gelada, melancia, jaca, feijão tropeiro, bife, batata frita e um trem gelado, ver a familia deitada na minha cama assistindo um filme romântico, ipê florido, um flanboyant bem grande, borboletas, o canto das cigarras, do cheiro da dama da noite, do cheiro da terra depois da chuva, do cheiro de um galho verde quebrado, perfume eternity, sabonete leite de aveia davene e da maciês de um algodãozinho, assistir ao pôr-do-sol , olhar as estrelas nas noites de lua nova, observar a lua cheia, tomar banho de chuva, escutar a chuva no telhado, ver vitrine, fazer planos para minha casa, taças, cadeiras, sofá, jogo de chá, cortinas, almofadas, tapetes felpudos, aconchego, jantar a luz de velas, abajour ligado, pijama e lençol limpinhos. Gosto de dirigir, viajar, conversar com gente, ler romance, fazer amigos e de cozinhar comidas diferentes. Gosto de modelar, desenhar, pintar, fazer crochê, bordar e de criar . GOSTO DE FAZER ARTE de arte. Gosto de cantoras mulheres e de filmes sobre mulheres. Gosto de escrever qualquer coisa, de cafuné, de dançar, de sair a noite, ir ao cinema, de massagem nos pés, de beijar na boca e ouvir eu te amo...

24 setembro 2009

De Goiás pra Minas.

Corro e vejo as árvores pela janela do quarto escuro do ônibus velho. Um pássaro preto voa distante na terra marrom vigiando o meu olhar sozinho. Há um boi esticado e inchado as margens da estrada no interior dos estados. Como viajei... Meus olhos viram coisas que você nunca viu. Gente que existe, cenários reais, gestos reais, questões reais. O som zoa confuso de todos os bancos, balbuciam, contam histórias. Horários, choros, loucuras. viver é sentir o suor fétido dos trabalhadores reais. Velhas que tossem, a louca que senta no banco errado achando que a outra não estava lá. Afinal ela não saiu daqui, mas passou do 20 para o 16. Não, eu não saí daqui. meu marido era dentista... Eu tenho dó do meu sogro...se você pega um copo e deixa na pia, quantos copos vão ter no final do dia?... Atrás está um mau cheiro... Meu marido foi pescar... Ela é psicóloga... Senta, agora você vai sentar!!! Estou na linha, mas ainda vejo. A rodovia tem duas mãos. NIETZSCHE odiaria a vida com essa musica ou não. A moça que estava aqui não entrou.

16 setembro 2009

para minha filha

Paris Texas seria um cenário.
Um som.
Um vazio.
A sua poesia ao fundo e as teclas do computador como rima.
Trema que já não existe mais.
O prêto das letras no branco do papel virtual.
Existir, colidir e insistir.

DIA 15

O norte não é o limite.
O sul não é a tempestade.
O leste não tem fronteira.
GO oeste.
Vou, não vou, fico não fico.
Só o figo amassado no bolso de Benjamim. Tinha que ser. Foi o destino que não deixou de ser enviada, era pra ser. Kant tinha que ser feito.
Go veste as dumentárias de um rastafare sem Jamaica.
Os Maias me esperam e me espremem pelos dedos até sair pelos vãos. Mãos que se juntam em oração. Mares salgados que ainda quero ver e me afundar nas depressões de areia. Um dia quase fui ver a dia partir nas pedras do arpoador. Ralador de musgos verdelentos, lentos pelos séculos. Óculos quebrados. Lóbulos globais de uma viagem sem volta. Revolta das vagas. Venha e me amasse por entre os rochedos escorregadiços do seu nome. Segredos e sequestros equestres. Jogos de azar. Turbantes vibrantes sobre os camelos no Saara. Sara minha terra de sal e sabor. Calor, frio e tudo mais, pois hoje é dia de Maria, amanha posso não saber mais.

Setembro

A agua escorre pelo chuveiro forte sem destino.
O buraco da porta sem porta e sem poste.
A lâmina da gillete corta sem corte o gosto doce do sangue vermelho já talhado.
O vazio me chama e me grita nos meus ouvidos na sala do neurologista. Os quadros estão fora da linha e me dão vertigem. Virgem seria meus pensamentos se eles não fossem uma mulher com véu negro com a ausência de cor. A viúva é branco mistura de todas as cores. As minhas frases são enfileiradas, sem começo nem fim. Os dias vão passando, me dando porrada e me provocando, contando de 1 até 10. Depois o recomeço fronteiriço na linha da borda, como num navio inglês.
Sem nexo girls, convexo Beuys.
Baby, me deixe pensar linearmente. Minha mente pede socorro. Um dia está, um dia não está... como pisca pisca de um auto as margens da rodovia esperando o reboque chegar. Num dia sofro, noutro dia não sofro. Nem lá , nem cá. Se aumenta um pouquinho transborda.
Tento pensar num sorvete napolitano ou de ameixa.
Olha que nuvem linda... depois penso que é a chuva que vai cair e molhar o meu corpo salgado de suor pelo dia quente, como o inferno deve ser. Penso em você, mas quem é você?

06 setembro 2009

Tarsila eterna

Há pessoas que nasceram para ler histórias.
Há pessoas que nasceram para fazer histórias.
Neste final de semana acordei com Tarsila. Eu nem gostava muito dela, mas hoje vejo que era apenas preconceito. É bom e grandioso poder reconhecer que estamos errados e pedir desculpas. Me desculpe Tarsila, percebo que nós duas somos grandes mulheres e temos algumas coisas em comum. Tarsila pintou Abaporu para dar de presente de aniversário à seu marido Oswald. Tarsila, eu também pintei o meu primeiro quadro para dar de presente de aniversário para meu marido. Em 1935 Tarsila empobrecida vai pintar paredes na capital parisiense. Tarsila, eu também por questões financeiras passei a pintar paredes, no Brasil. Tarsila, você não teve sorte no amor. Eu também não. Tudo isso pode ser nostálgico, mas pra mim há uma grande descoberta: nós nascemos para fazer história e isso será ETERNO. Obrigada por você me fazer ver algumas coisas diferentemente. Para Tarsila eterna com abraços de Kássia Borges.


Gostaria de estar sempre assim.

VAGAR

O grito não tem som.
O som não tem volume.
O volume não tem tom.
O tom não tem luz.
O vagalume não tem corneta.
A corneta é fina como essa caneta.
A caneta não escreve mais.
A folha de papel não tem mais celulose.
O mais ficou menos.
O menos sumi.
Alguém parti.
E fica assim,
sem nenhum sim.
Só o não persiste.
Quem resiste?
As mangas de chuva secam
o bagaço
no melaço de sangue.
O mangue só tem lama
e escorre na regra vermelha dos meus pensamentos desconexos, pregressos nos congressos de meus olhos vazios.
Vazios de azul.
Cadê o azul?
Esta nas nuvens escuras de todos os nãos que recebi e os comi todos. Depois vomitei e regurgitei na freiada brusca que quase me mata. Não me morra, não me mate. Me deixe viver sem o corte. Pare de me espancar doença maldita. Saia logo, me rasgue e vá embora que eu vou tentar me costurar como patchwork, nessa ventania de sangria de vinho como o sangue do senhor, AMEM.

Search This Blog

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...