lua

Hoje a lua cheia me banhou as 19 horas. Se eu fosse um lobisomem, hoje seria a noite certa para eu me transformar, mas como sou a mulher do lobisomem a esperei me banhar e me refrescar pelo terraço. No começo uma nuvem invejosa lhe escondeu por 10 minutos, fingindo ser um eclipse. Ah! essas nuvens invejosas. Fingem tanto que quase acreditam ter força contra a lua charmosa, mas ela volta mais redonda ainda. Ela é viçosa e mãe, no ápice da nossa feminilidade. Para nós mulheres bruxas somos ela, hoje... que venha o resto, nós somos as inteiras. Útero, maternidade, irmandade, nada de meia, só a inteira mesmo. Meia de seda e ventre saliente onde o verme não passeia nessa lua cheia. Vou curtir mais, daqui a pouco volto... Voltei abraçada por São Jorge e seu cavalo branco, quando as estrelas não brilham tanto, pois hoje estamos juntos lado a lado ao som da musica dos grilos estridentes e sorridentes pra nós, mulheres cheias. Cheias de cicatrizes e matizes lilás cor do amor. Amor materno e de fêmea, venha e gema nos meus ouvidos crescentes, não minguantes, zelante, cortantes de mel e sabor. Sabor de manga madura, que escorre por entre os braços melequentos de doce amarelo alaranjado. Temos a semente cultivada, protrusão da raiz primária e condicionamento osmótico atingindo o equilíbrio higroscópio. Outros capítulos virão e estaremos aqui, figuras e acompanhadas de referencias recentes com um contexto como um todo. Toda, como a lua hoje.