A arte contemporânea intriga e desconcerta. Indicar os conceitos que lhe são inerentes se torna por vezes uma armadilha inevitável. A um expectador leigo ou menos excitado por ela, pode se tratar de um enigma ou charada a serem desvendados. Ainda assim, essa arte tem a pecularidade reconhecível de contemplar a todos como coadjuvantes, abusa da imaginação dos expectadores e os desacomoda da posição de passivos receptores. Ao dialogar conosco, a arte contemporânea,discute seus recursos e destrói a crença nos conceitos de arte estabelecidos culturalmente.
Kássia Borges consegue suscitar no expectador desse tempo atual, todas essas questões. Promove uma obra linear e auto reformuladora, principalmente no que tange a sua busca pessoal pela origem humana que, em alguns momentos, é a afirmação íntima de sua identidade de mulher/mestiça. Sua proposta é relacionar arte/artista/indivíduo/origem e que sabe nos suprimir de um "não-sei-bem-o-quê" de estesia no enfrentamento com seu trabalho. Seu conteúdo análogo masculino/feminino, falo/vagina se apresenta como idéia e a terra/argila como matéria.
Fragmentos do livro: Poéticas Visuais em Uberlândia. Lançado esta semana em Uberlânia. Organização de Soraia Cristina Cardoso Lelis, Teresa Cristina Melo da Silveira e Valéria Carrilho da Costa
3 comentários:
A Gleice te agradece.
"turbilhão"...
Obrigada Gleice e Valéria pela autoria do meu texto e pela organização do livro Poéticas visuais em Uberlândia.
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